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Dislexia

A dislexia e as dificuldades na escola

        Numa escola com 100 alunos, pelo menos quatro terão o diagnóstico de dislexia. Isso é o que apontam as estatísticas mundiais sobre o quadro que engloba a maior parte dos transtornos de aprendizagem.
        O atraso inicial no aprendizado escolar, na aquisição da leitura e da escrita, em crianças com padrão de inteligência normal e que esteja recebendo uma educação adequada, é o sinal de alerta que chama a atenção para esse transtorno.
        É preciso ressaltar que a dislexia não tem absolutamente nada a ver com déficit cognitivo. Em outras palavras: a criança com esse transtorno não é menos inteligente que seus colegas. Várias celebridades notáveis foram identificadas com dislexia, como o cientista Albert Einstein, o diretor Steven Spielberg, atores como Tom Cruise e Whoopi Goldberg, além da escritora Agatha Christie.
        É muito comum ocorrer conflitos relacionados à aprendizagem e à autoestima da criança, uma vez que a mesma vira alvo de cobranças pelos pais, pelos educadores e pelos próprios colegas. Soma-se a isso outro fator agravante: boa parte dos profissionais da educação não recebem o devido treinamento e orientação para lidarem de forma eficiente com alunos com essa condição.
        Portanto, o primeiro passo para lidar melhor com a dislexia é a compreensão do que de fato é este transtorno. A partir daí, trabalhar, através de ajuda profissional, de maneira a adotar estratégias para potencializar o aprendizado da criança e facilitar sua interface com os pais, professores e colegas.

Entendendo o quadro

        Em linhas gerais, é possível definir a dislexia como um distúrbio de aprendizagem, seja na leitura, escrita, soletração, decodificação, fluência e na interpretação.
        Embora as pessoas com dislexia, apresentem inicialmente um déficit na habilidade da leitura, em geral há dificuldade em outras tarefas:
• Maior dificuldade em identificar as letras que correspondam aos sons. ~
• Pobreza de vocabulário.
• Dificuldades na expressão de ideias, em memorizar as convenções de tempo, aprender rimas e seguir músicas.
• Dificuldades em matemática, em lembrar sequências numéricas, na interpretação de problemas matemáticos.
• Confusão em distinguir direita e esquerda.
• Maior desorganização e incoordenação motora.
• A leitura é lenta, sem a correta entonação das palavras, com dificuldade na compreensão do que é lido.
• Pode haver confusão entre letras, sílabas e palavras semelhantes, bem como inversões e omissões na escrita.
• Leitura e escrita em espelho.
• Falta de habilidade para tarefas motoras finas (abotoar, amarrar sapato, segurar o lápis).

Diagnóstico

        A identificação precoce da dislexia do desenvolvimento é um desafio, uma vez que é necessário aguardar completar o período de alfabetização, após ter completado a escolaridade adequada, geralmente por volta dos 6 anos.
        Há porém alguns fatores de risco para esse processo, tais como: histórico familiar de dislexia (mecanismo genético envolvido), atraso no desenvolvimento da fala, além de diversos fatores ambientais (por exemplo, desnutrição, asfixia neonatal).
        É preciso ainda descartar a ocorrência de outras causas que interfiram no processo de aprendizagem, tais como deficiências visuais e auditivas, escolarização inadequada, problemas emocionais, psicológicos e socioeconômicos. Além disso, há outros diagnósticos que podem ser confundidos com esse transtorno, como deficiência cognitiva e TDAH.

Evolução

        A dislexia não piora com o tempo, mas a interveção precoce é essencial no seu prognóstico. O diagnóstico tardio leva a uma série de fatores agravantes que resultam em um pior desempenho escolar.
        Sabemos que o aprendizado, de acordo com o currículo escolar tradicional, se dá de forma gradual, então quanto mais tardio for o diagnóstico, mais tempo vai requerer para a criança acompanhar o conteúdo escolar. Soma-se a isso, o fator psicológico, gerado pela frustração do seu desempendo, uma vez que se sente excluída por não acompanhar como os demais colegas. Isso também pode afetar sua vida social. Ao se ver desmotivada, ela começa a apresentar desinteresse pelas atividades em grupo e toda uma série de comportamentos que dificultam ainda mais o pleno desenvolvimento. Por fim, apesar de não haver cura para o problema, a sua identificação precoce, associada ao correto acompanhamento multidisciplinar (com neuropediatra, psicopegagogos, psicólogos e fonoaudiólogos), além do envolvimento escolar e o trabalho na auto-imagem (com o reforço de que a criança é capaz) é a chave para desenvolvimento de suas habilidades.